Os rápidos avanços tecnológicos vêm provocando uma revolução no campo, a ponto de transformarem os sistemas produtivos e o dia a dia dentro da porteira. A Agricultura Digital (AD), que compreende a utilização de tecnologias que vão dos drones à telemetria, é uma realidade tão consolidada, que já estabeleceu as chamadas profissões do futuro. E a demanda é crescente: ao longo dos próximos dez anos devem faltar 148,7 mil profissionais qualificados, nas três principais carreiras tecnológicas aplicadas ao setor agropecuário.
Profissões emergentes
Com base na ascensão de novas tecnologias no campo, pesquisa listou oito ofícios do setor agropecuário que vão se destacar ao longo das próximas décadas.
Operador de drones;
Técnico em agricultura digital;
Designer de máquinas agrícolas;
Agricultor urbano;
Engenheiro agrônomo digital;
Técnico em agronegócio digital;
Cientista de dados agrícolas;
Engenheiro de automação agrícola.
“O campo está cada vez mais tecnificado. Hoje, o produtor rural não pode mais se dar ao luxo de entender apenas de sua cadeia produtiva, seja qual for. Ele tem que entender pelo menos os conceitos básicos da Agricultura Digital. Drones, máquinas agrícolas com tecnologia embarcada e softwares que otimizam a produção são uma realidade. As profissões do futuro já são o nosso presente”, diz o presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR, Ágide Meneguette.
“Hoje, o produtor precisa entender de tecnologia, de software e hardware, para unir isso com a sua produção. Por outro lado, tem o caminho inverso: profissionais da área de tecnologia vindo ao campo. Essa multidisciplinaridade vai ser, cada vez mais, uma constante no setor rural. Tudo isso evidencia a necessidade de especialização”, ressalta Heli Heros Teodoro de Assunção, técnico do Departamento Técnico (Detec) do Sistema FAEP/SENAR-PR.
Atualização
Atento a essas transformações no campo, o Sistema FAEP/SENAR-PR começou, em 2012, a formatar cursos que deram origem ao seu programa de Agricultura de Precisão (AP). Hoje, esse braço de atuação contempla seis títulos fixos, incluindo “Direcionamento automático de máquinas agrícolas” e “Operação de drones” – este, um dos cinco cursos mais procurados do portfólio e prestes a completar mil turmas. Além disso, a entidade tem desenvolvido capacitações pontuais, sob demanda dos produtores, como cursos de monitor de plantio, plantio em taxa variável e monitoramento de colheita e pulverização em taxa variável. Se a demanda continuar alta, esses cursos podem vir a fazer parte do catálogo permanente do Sistema FAEP/SENAR-PR.
“Hoje, temos imagens de satélites e softwares gratuitos. O que falta é o profissional que vai trabalhar esses dados. Essa demanda por mão de obra está aumentando conforme o produtor percebe que é imprescindível fazer uso desses recursos tecnológicos para produzir com mais eficiência e aumentar a produtividade”, observa Neder Maciel Corso, técnico do Detec do Sistema FAEP/SENAR-PR.
Tecnologias emergentes
Com base em entrevistas com agentes do setor, pesquisa elencou:
Drones;
Piloto-automático;
Telemetria;
Sensores;
Pulverização.
O futuro chegou
O estudo “Profissões Emergentes na Era Digital” também traçou uma análise sobre as novas ferramentas no campo. Segundo a publicação, o setor agropecuário tem acesso e capacidade financeira para implantar as tecnologias digitais de forma muito mais rápida em comparação com o setor industrial. O material também ressalta que muitos desses recursos tecnológicos da Agricultura Digital já vêm “embarcados” nos maquinários usados para plantio e colheita – como direcionadores automáticos.
Além disso, a pesquisa detalha que os produtores podem cruzar dados de aplicativos de clima com informações especializadas de zoneamento agrícola para planejar a safra, além de poder lançar mão de plataformas comerciais para escoar a produção. Isso sem falar em recursos como pulverização por drones, telemetria e sensores que auxiliam a otimizar a produção no campo em diversas etapas.
Fonte: https://www.cnabrasil.org.br/noticias/tecnologia-amplia-demanda-por-profissoes-do-futuro-no-campo